Fundos na Era da [IA]: FIDCs, FIIs e FIMs
Fundos - FIDCs, FIIs e FIMs: na era da [IA] com Governança
O mercado de fundos de investimento no Brasil atravessa um período de transformação impulsionado por inovações tecnológicas, regulação aprimorada e a busca por maior eficiência operacional. No centro desse movimento estão os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) e os Fundos de Investimento Multimercado (FIMs).
Diante desse cenário, o presente artigo tem como objetivo demonstrar que soluções baseadas exclusivamente em tecnologia estão sujeitas a ciclos curtos e efêmeros.
A abordagem adotada pelo nosso time fundamenta-se no conceito de "Human-centered solutions on Business", priorizando estratégias que conciliem inovação tecnológica, governança regulatória e direcionada aos negócios e não ao produto/tecnologia.
Os objetivos são garantir usabilidade, sustentabilidade e perenidade nos modelos de gestão financeira a partir de tecnologias emergentes.
FIDC´s e a Necessidade de uma Governança Estruturada
Os FIDCs desempenham papel essencial na securitização de recebíveis, proporcionando liquidez a empresas e oportunidades de rentabilidade a investidores. A recente digitalização dos direitos creditórios e a tokenização de ativos elevaram a eficiência do setor.
Principais Mudanças e Desafios
- A Resolução 175/22 da CVM possibilitou a estruturação de classes distintas dentro do mesmo fundo, permitindo perfis diferenciados de risco e retorno.
- A adoção de blockchain e tokenização aumenta a transparência e liquidez dos ativos. O uso de Inteligência Artificial (IA) na análise de risco permite precificação mais precisa dos recebíveis e redução de inadimplência.
- A necessidade de compliance rigoroso e monitoramento contínuo reforça a importância de um sistema de governança eficaz.
A governança nos FIDCs deve ir além da conformidade regulatória, constituindo um diferencial competitivo baseado na gestão de risco e na transparência dos processos operacionais.

Pedro Barroso do Nascimento, na CAE do Senado. (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado).
O Crescimento dos FIDCs no Mercado Brasileiro
Nos últimos anos, os FIDCs registraram um crescimento expressivo no mercado de capitais brasileiro. Esse avanço tem sido impulsionado por um ambiente de juros elevados, que torna a securitização de recebíveis uma alternativa atraente para empresas e investidores.
Segundo Delano Macêdo, gestor de crédito da SOLIS Investimentos, "Todo mundo entendeu que FIDC é um bom investimento. Os investidores têm entendido a dinâmica, assim como os próprios tomadores, que precisam do recurso. O produto se tornou mais barato, ao mesmo tempo que a evolução regulatória deu segurança”.

Além do aumento da demanda, a evolução regulatória tem sido fundamental para consolidar a atratividade dos FIDCs.
A Resolução 175/22 da CVM vem justamente acompanhar mtendências e modernizar a estrutura desses fundos, permitindo maior diversificação e ampliando sua acessibilidade para diferentes perfis de investidores. Essa evolução reforça a importância da governança na gestão desses ativos, garantindo maior segurança e transparência no setor.
FIIs e a Sustentabilidade como Diferencial
Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) têm atraído um número crescente de investidores pessoa física. A incorporação de inovações tecnológicas e estratégias sustentáveis tem fortalecido esse segmento.

Principais Tendências e Impactos
- Tokenização Imobiliária: Permite a fragmentação de empreendimentos de grande porte, ampliando o acesso ao mercado.
- Análise Avançada de Dados: Algoritmos preditivos auxiliam na identificação de tendências e otimização da seleção de ativos.
- Investimentos Mistos: Integração de ativos físicos e financeiros, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs).
- Critérios ESG: Fundos que adotam padrões ambientais, sociais e de governança estão se tornando mais atrativos para investidores institucionais
FIMs e a Inteligência Artificial na Gestão Quantitativa
Os Fundos Multimercado (FIMs) destacam-se por sua flexibilidade na alocação de ativos, beneficiando-se agora de avanços significativos na Inteligência Artificial.

Principais Avanços e Benefícios
- Gestão Quantitativa Baseada em IA: Modelos computacionais detectam padrões e oportunidades de arbitragem com eficiência.
- Expansão para Ativos Digitais: Novos modelos de investimento incluem estratégias em criptoativos, staking e DeFi (finanças descentralizadas).
- Simulação de Cenários: Algoritmos preditivos auxiliam na análise de riscos macroeconômicos.
- Análise de Sentimento de Mercado: O uso de Processamento de Linguagem Natural (NLP) permite avaliar impactos de notícias e redes sociais nas decisões de investimento.
A implementação de IA nos FIMs não apenas aprimora a eficiência operacional, mas também possibilita um processo decisório mais preciso e fundamentado.
Conclusão
A convergência entre tecnologia, regulação e eficiência operacional define o futuro dos fundos de investimento no Brasil. Fundos que adotam governança sólida e inovam na gestão de ativos estarão em posição privilegiada para enfrentar os desafios do setor financeiro.
- FIDCs devem priorizar compliance, blockchain e automação para aprimorar transparência e liquidez.
- FIIs que incorporam ESG e tokenização consolidam-se como opções atrativas e resilientes.
- FIMs devem explorar inteligência artificial e gestão quantitativa para obter vantagem competitiva.
A governança, aliada à inovação tecnológica, será o fator determinante para que os fundos de investimento prosperem em um ambiente financeiro em constante evolução.
É dessa forma que levamos muito mais que produtos aos clientes, levamos uma experiência e entregas sustentáveis.
- Décio Simões Pereira: LinkedIn
- Chief Financial Officer – AIRACEMA Grupo (www.airacema.com)